terça-feira, maio 20, 2008

ninguém me inspira mais a trabalhar do que craig thompson.

além das qualidades plásticas óbvias, ele levou quatro anos fazendo blankets e deve levar seis ou sete fazendo o próximo livro. tem uma ética de trabalho aí absurda. e essa colocação dele sobre os quadrinhos numa entrevista define muito o campo no qual eu gostaria de me movimentar, além de ser um insight sensacional.

It's kind of an old-fashioned medium, and I think it has to embrace the fact that it's old-fashioned. I think it's got to get rid a lot of the more immature elements, like the superhero thing, because that's been replaced by video games, and all this entertainment for adolescent males. So I think it has to start embracing that other, old-fashioned quality -- this hand-drawn medium, this quiet, intimate medium, and I think there's a lot more readers out there that it would appeal to.

8 comentários:

Anônimo disse...

Eu pessoalmente acho completamente ilusorio qualquer ideia que quadrinhos vai se livrar de superherois. Eh como achar que cinema vai se livrar de filmes como Star Wars. Nao eh uma decisao dos artistas e criticos mas da audiencia.
Deveria ser apenas encarado como um genero ( talvez alguem possa especificar como um genero adolescente ) dentro do meio e esquecer todos esses ressentimentos indie ( que quando saem falando mal aguente a palestra ).
Eh uma dessas coisas, goste ou nao vai estar aih. Com toda essa grana de filme entrando entao esqueca.

Como qualquer outro meio artistico,s eja literatura, filme, etc sempre vai ter varios generos e quem faz um descendo a lenha no outro.
Na verdade de certa forma eu acho algo bom a popularidade de superherois porque traz atencao ao meio.
E final de contas, falem o que quiserem, eu acho o Bendis um bom escritor pelo menos em comparacao aos outros que fazem superheroi.

Para mim a cena indie tentando falar de outro genero como inferior apenas deteriora o proprio meio. Deveria estar mais concentrado nas questoes proprias do trabalho que se propoe inves de se ocupar falando mal dos outros.
Eh a bobajada da discussao entre 'intelectual' e 'pop' que nao ajuda nenhum dos dois porque a borda nunca vai ser definitivamente definida.

Anônimo disse...

E, a essas alturas do campeonato, eu nao considero tao short minded de 'quadrhinhos como imaturo' baseado em pessoas que viram meia duzias de hq vai se sustentar. Essa fase esta definitiamente chegando no fim.
Os autores precisam se acomodar a nova posicao do meio e parar de se desculparem pelo trabalho dos outros. O que marvel/Dc faz nao representa o meio mais, eh apenas outra audiencia.
Ninguem que le fun House ou Persepolis le aquilo.

Anônimo disse...

Graphic novels esta criando uma audiencia fiel a autores, nao generos.
Para mim a critica dele de 'precisa se livrar de elementos imaturos' eh apenas hit and miss.
Ele perdeu o ponto relevante e esta apenas preaching to the gallery not adding up to the discussion.

O meio nao esta imaturo, o meio nao precisa embrace one point of view. The medium is the medium like any other art e cada um de seus autores vai ter sua interpretacao propria.
Alguns vai seguir isso de fazer a coisa completamente artesanal, outros vao seguir usando qualquer tecnologia e no final nao importa muito. O que importa eh como o autor utiliza the tools at hand.
Internet destruiu de vez a era de 'discursos e movimentos artisticos'. Com a quantidade de informacao ao redor nao existe mais a possibilidade de uniformidade.

( desculpa o overkill mas eu tenho ouvido muito desse tipo de discursos e para mim eh uma discussao infrutifera )

Odyr disse...

é, não concordo não, buddie.
acho que ele está falando da especificade do meio. que tem essa coisa mesmo: é lowtech por natureza. deve ser das últimas coisas na terra que são escritas a mão. por isso quadrinhos com fontes de computador perdem a graça, por isso essas cores de computador ficam tão dolorosamente ruins. não pertencem. hoje em dia eu não gosto mais nem de quadrinho pintado.
e acho que outras discussões já apontaram o seguinte: o cinema está praticamente pronto pra fazer quadrinhos de superheróis melhor que os quadrinhos.
mas opiniões são como bundas, você sabe. :)

Anônimo disse...

eu nao acho uma questao de opiniao, acho uma questao de ser realista.

Porque meu problema nao eh com o discurso estetico mas com a arrogancia de buscar definir o meio.

Ninguem vai definir qual a tendencia que a maioria dos artistas ( ou todos ) vai seguir. Isso eh um processo natural.
Para alguns o low tech faz sentidos para outros nao de acordo com suas proprias sensibilidades.
Veja bem: estamos falando de alguem que utiliza esse approach definindo seus motivos. Valido.
Mas nao eh uma definicao de 'como o meio deveria ser' dizer algo diferente disso seria apenas arrogancia.

Ninguem vai definir isso a qualidade do trabalho eh completamente fora da discussao.

Em um processo natural que nao existe controle logo alegar o meio deveria ser isso ou aquilo eh inutil na melhor das hipoteses na pior apenas estabelecer limites desnecessarios ao processo criativo.

O que vai acontecer eh ter pessoas que se identificam seguir a opiniao dele, outras vao pensar diferente e seguir estilos diferentes e/ou opostos ele concordando ou nao so maybe he should learn his place and get on with the system.

Essa opiniao pode ser considerada dentro do contexto do discurso da estetica pessoal dele nao como 'a definicao de como o meio deveria ser'.

Anônimo disse...

eu nao acho uma questao de opiniao, acho uma questao de ser realista.

Porque meu problema nao eh com o discurso estetico mas com a arrogancia de buscar definir o meio.

Ninguem vai definir qual a tendencia que a maioria dos artistas ( ou todos ) vai seguir. Isso eh um processo natural.
Para alguns o low tech faz sentidos para outros nao de acordo com suas proprias sensibilidades.
Veja bem: estamos falando de alguem que utiliza esse approach definindo seus motivos. Valido.
Mas nao eh uma definicao de 'como o meio deveria ser' dizer algo diferente disso seria apenas arrogancia.

Ninguem vai definir isso a qualidade do trabalho eh completamente fora da discussao.

Em um processo natural que nao existe controle logo alegar o meio deveria ser isso ou aquilo eh inutil na melhor das hipoteses na pior apenas estabelecer limites desnecessarios ao processo criativo.

O que vai acontecer eh ter pessoas que se identificam seguir a opiniao dele, outras vao pensar diferente e seguir estilos diferentes e/ou opostos ele concordando ou nao so maybe he should learn his place and get on with the system.

Essa opiniao pode ser considerada dentro do contexto do discurso da estetica pessoal dele nao como 'a definicao de como o meio deveria ser'.

Anônimo disse...

E sobre 'voce nao gostar de trabalhos feitos com computador', eu nao acredito que voce esteja sendo 100% honesto.

nao se julga trabalhos por sua tecnica mas pelo produto final.
E isso nem eh de estar puxando sardinha para um lado ou o outro, eh o contrario. Eh buscar o ponto de vista imparcial que nao vai play down um trabalho de qualidade porque foi feito usando computador de dez mil dolares ou bambu.
Sinceramente sobre a tecnica...
I couldn't give less than a shit about it.
Se funciona com a historia o resto eh soh teoria e blablabla

A discussao que importa nao eh sobre tecnica mas storytelling

Anônimo disse...

>o cinema está praticamente pronto pra fazer quadrinhos de superheróis melhor que os quadrinhos.

irrelevante.
Enquanto houver uma audiencia de 500 mil pessoas dispostas a comprar hqs do X-men todo mes elas continuarao sendo produzidos.
Como dito isso eh definido por audiencia nao por artistas e criticos.